Deficiências no atendimento médico, falta de medicamentos, pessoas com doenças transmissíveis juntas com aquelas que não estão enfermas e presos em estado grave de saúde pedindo ajuda. O termo desumano sela a descrição da Comissão de Direitos Humanos da OAB no Estado para o tratamento à saúde dos reeducandos nas unidades prisionais de Mato Grosso. A Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso, por sua vez, rebate as informações e diz que o atendimento é feito totalmente de acordo com o previsto em portaria do governo federal que regula o serviço.
A presidente da Comissão, Betsey Polistchuck de Miranda, conta que é preciso ter uma melhora de cem por cento para que o atendimento seja considerado adequado. Segundo ela, a maior preocupação da Comissão são os presos com doenças transmissíveis não estarem em celas separadas e adequadas para receberem um tratamento digno. Segundo a presidente, a Comissão sempre recebe pedido de familiares de detentos para que interceda por atendimento à saúde digno para eles.
Eu mesma já acudi inúmeros casos quando fui aos presídios. Uma vez, encontrei um preso tetraplégico no chão implorando para ser acudido. O atendimento não é o ideal e a superlotação torna a situação desumana. Não há como falar em reeducação no sistema prisional como está hoje, aponta Betsey.
Em cada unidade prisional de Mato Grosso existem espaços para atendimento médico e equipes que fazem o trabalho de atenção básica, como o existente em um centro de saúde, conforme a Sejusp. Os casos de urgência e emergência, especialidades e exames são encaminhados para os hospitais da rede pública. Para Betsey, no entanto, ainda há muito para ser feito, principalmente na melhoria da estrutura montada para o atendimento médico nos presídios, além da contratação de mais profissionais da área de saúde.
