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Ex-PM que matou advogada em MT é condenado a 19 anos de prisão

09/04/2008 20:45 | Julgamento

    O ex-policial militar Valtencir Moreira Costa foi condenado pelo Tribunal do Júri de Tabaporã a 19 anos e 10 meses de prisão pelo assassinato da advogada Andréa Carvalho Furtado Pereira. O crime aconteceu no dia 16 de abril do ano passado. A condenação ocorreu por unanimidade do corpo de jurados. Por sete a zero, confirmaram a denúncia do Ministério Público, assistido pela Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso, de homicídio triplamente qualificado. O presidente da OAB, Francisco Faiad, esteve no Tribunal do Júri para acompanhar o julgamento.

    Por mais que tivesse tentando, o ex-policial e sua defesa não conseguiram convencer os sete jurados de inocência. Com uma história sem nexo, o ex-PM tentou atribuir o assassinato a um terceiro elemento, que havia encontrado ao chegar no escritório de Andréa, no centro de Tabaporã. Não conseguiu, no entanto, apagar as inúmeras evidências que deram qualificação ao homicídio. Andréa foi morta com dois tiros.

    O julgamento, apesar de tranqüilo, ocorreu sob forte esquema de segurança, montado pela Polícia Civil e Polícia Militar. O Tribunal do Júri funcionou nas dependências da Câmara Municipal de Tabaporã, que ficou repleta de populares. A sessão foi presidida pela juíza Ana Helena Alves Corsell. A Ordem atuou como assistente da Promotoria Criminal, com o advogado João Batista Cavalcanti da Silva, presidente da Subseção de Poxoréu.

    “Fez-se justiça” – disse o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Francisco Faiad. Ele esteve em Tabaporã com a finalidade de acompanhar o julgamento. Com ele, a secretária-geral da Ordem, Luciana Serafim, e os conselheiros Luís Carlos Negreiros e Felício Ikeno, dezenas de advogados da região, além do presidente da Subseção da OAB de Juara, Élcio Lima do Prado. “Infelizmente, a condenação não repara a perda que os familiares de Andréa e também a advocacia de Mato Grosso sofreram. Andréa era jovem e talentosa” – disse Faiad. Amigos e familiares da advogada assassinada confeccionaram camisetas com a foto da vítima pedindo justiça.

    Valtecir foi punido por homicídio qualificados em motivo fútil, que dificultou a defesa da vítima e meio insidioso e cruel. A perícia constatou, durante as investigações, que os projéteis que atingiram Andréa têm as mesmas características dos encontrados dentro da caminhonete do ex-soldado. Na fuga, após matar a advogada, ele acabou capotando e abandonando o veículo. Testemunhas também informaram que viram o ex-policial entrando e saindo do escritório de Andréa, na tarde em que ela foi morta.

    O Conselho de Disciplina da Polícia Militar de Mato Grosso decidiu pela expulsão de Valtencir da corporação. De acordo com ata da reunião final que tratou do processo, o ex-policial, que já estava com o recebimento de seus soldos suspensos, não reunia condições de permanecer nas fileiras da Polícia Militar.

 


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