A Comissão dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso encaminhou representação às autoridades da Segurança Pública, denunciando as agressões que três policiais da Força de Segurança Estadual praticaram recentemente contra um grupo de rapazes que estavam tocando cavaquinho e cantando defronte suas casas, no Bairro Cidade Alta, após retornarem da escola. Com base no depoimento de dois deles – Luciano Lúcio Rodrigues de Siqueira e Willian Albuquerque de Siqueira – que por medida de segurança registraram Boletim de Ocorrência no Centro Integrado de Segurança e Cidadania – CISC Oeste, a presidente da CDH, Betsey Polistchuck de Miranda pede as autoridades policiais que sejam adotadas as necessárias providências coibitivas e de caráter urgente para se evitar a repetição de fatos como os deram origem a representação da OAB.
Conforme depoimentos dos dois dos rapazes, eles estavam defronte suas residências tocando cavaquinho e cantando, quando por volta de 22h40 apareceram três policiais em um veículo Blazer da Força de Segurança Estadual e foram logo mandando que encostassem à parede para ser revistados, enquanto agrediam verbalmente os rapazes, chamando-os de “cambada de vagabundos”. Antes mesmo de revistá-los, os policiais passaram a agredir o grupo com as mãos e os pés.
Durante as agressões, um dos policiais pegou o cavaquinho, que pertencia a Luciano Lúcio Rodrigues de Siqueira, que é músico e inclusive dá aula de sua especialidade musical, e quebrou o instrumento, utilizado para bater nos rapazes. Depois de ameaçá-los para não aparecerem mais por ali, se não quiserem apanhar muito mais, os PMs puserem o grupo para correr, atirando-lhes pedras, uma das quais atingiu Willian Albuquerque Siqueira, que mora na casa em cuja frente ocorreu as arbitrariedades dos policiais.
Após a narração dos fatos a presidente da Comissão dos Direitos Humanos da OAB, Luciano Lúcio Rodrigues de Siqueira e Willian Albuquerque Siqueira foram encaminhados por Betsey de Miranda ao CISC Oeste para registro do Boletim de Ocorrência. O objetivo do registro é colocar os dois denunciantes a salvo de qualquer represália, pois inclusive deixaram de ir a escola com medo de ser perseguidos.
A representação da CDH da OAB foi encaminhada ao comandante geral da Polícia Militar, coronel Antonio Benedito de Campos Filho; ao promotor da Defesa da Cidadania e do Consumidor (6ª Promotoria), Ezequiel Borges de Campos e Hamilton César Vieira de Camargo, delegado de Polícia do CISC Oeste. “Esperamos que as autoridades policiais identifiquem os policiais militares que praticaram as arbitrariedades denunciadas e lhes apliquem punições exemplares” – afirma Betsey de Miranda.
