Foi protocolado no final da tarde desta terça-feira na Corregedoria Geral da Polícia Militar do Estado um documento da Comissão de Direitos Humanos da Seccional da Ordem do Brasil em Mato Grosso, pedindo cópia do inquérito que apura se os policiais militares cabo Vanderley e o soldado Matias tiveram ou não participação na morte do estudante Reginaldo Donnan dos Santos Queiroz e cuja causa, conforme se apurou no decorrer das investigações da Polícia Civil, foi o brutal espancamento que ele sofreu dos seguranças Jefferson Medeiros, Ednaldo Bello, Jorge Dourado Nery e Valdenor de Moraes, numa sala do Goiabeiras Shopping Center, em agosto. A presidenta da Comissão dos Direitos Humanos da OAB, Betsey Polistchuck de Miranda, quer cópia do inquérito para uma avaliação mais detalhada do inquérito, pois imagens de circuitos internos do centro comercial deixam patente que os dois PMs cometeram crime de prevaricação para proteger os seguranças.
Imagens divulgadas nesta terça-feira sobre a retirada de Reginaldo Donnan do interior do shopping em um contâiner carregado de lixo mostram claramente que os dois policiais militares envolvidos no episódio tinham perfeita condição para identificar que a inércia do estudante sobre os detritos revelava que ele precisava de socorro médico. E no entanto, Vanderley e Matias levaram o estudante para o Cisc Verdão, ao invés de conduzi-lo para o Hospital e Pronto- Socorro Municipal de Cuiabá. Segundo Betsey Miranda algumas atitudes estranhas remetem à prevaricação. Desde que a morte do estudante virou destaque no noticiário nacional, oficiais da PM têm saído em defesa dos dois policiais. Mas imagens que foram sendo divulgadas com o desenrolar das investigações comprometem cada vez mais os dois soldados da Polícia Militar.
