A convite da Justiça Eleitoral, com as eleições se aproximando, a presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT), Gisela Cardoso, ministrou a palestra “Mulheres na Democracia”, nesta quarta-feira (29), explanando sobre os diversos desafios encarados por aquelas que ultrapassam os limites sociais impostos e decidem ascender a espaços de poder, inclusive na vida política. Preconceito, discriminação, papéis de gêneros estereotipados, machismo, sexismo, a falta de apoio familiar e a dependência econômica são algumas das pedras que encontram no caminho.
Falar sobre isso, segundo Gisela, é determinante para a conquista da igualdade de gêneros, sem a qual não é possível alcançar a democracia plena.
“Precisamos naturalizar a presença da mulher em espaços de poder, na política, mas isso ainda não é o que vemos porque no Legislativo Estadual temos somente uma deputada. Nos dispositivos de autoridades em diversos eventos nos deparamos com uma sequência de ternos e nenhum vestido. Estamos trabalhando bravamente para quebrar este padrão ou, sem as mulheres em igualdade de direitos e deveres com os homens, não teremos a tão sonhada democracia plena”, propalou Gisela Cardoso.
Apesar de tantos desafios ainda a serem vencidos, ela citou avanços, entre eles a gestão histórica do Sistema OAB que em seu âmbito determinou a paridade de gênero já em vigor nas últimas eleições e conta com cinco mulheres presidentes de Seccionais.
“Em 90 anos de fundação, apenas 10 haviam ocupado cargos de presidentes de seccionais e agora temos advogadas conduzindo a OAB Mato Grosso, Bahia, Paraná, Santa Catarina e São Paulo”.
Gisela exaltou o Conselho Seccional que acaba de optar por paridade de gênero na escolha, ainda em curso, da lista sêxtupla do quinto constitucional para vaga da advocacia no Tribunal de Justiça de Mato Grosso. Citou também a recente decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que aprovou a criação de política de alternância de gênero no preenchimento de vagas para a segunda instância do Judiciário. Por fim, destacou o momento importante para o Estado em que lideranças femininas conduzem o Tribunal de Justiça, o Tribunal Regional Eleitoral, a Defensoria Pública, a Polícia Judiciária Civil e a Polícia Federal.
Na sequência de Gisela, a juíza do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), Amini Haddad, também falou sobre as mulheres na democracia.
O evento contou com a presença da presidente do TRE-MT, desembargadora Maria Aparecida Ribeiro, foi aberto pela juíza Ana Cristina Silva Mendes, diretora da Escola Judiciária Eleitoral (EJE), e conduzido pela corregedora Regional Eleitoral, Serly Marcondes Alves, segundo a qual tanto Gisela quanto Amini Haddad são patrimônios de Mato Grosso. “Mulheres de grande relevância e conhecimento público”.
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Keka Werneck
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