Por Gisela Cardoso*
Mulheres por um Futuro é o tema do Março Mulher 2023 promovido pela Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Mato Grosso (OAB-MT), em alusão ao Dia Internacional da Mulher (8/3).
Este é um tema bastante emblemático para nós advogadas que estamos, a cada dia mais, abraçando essa profissão, historicamente construída por grande maioria de homens. No entanto, sabemos que ainda é longa a estrada até a igualdade de gêneros, seja no âmbito da advocacia, seja na sociedade brasileira.
No Sistema OAB, avançamos a passos largos, com a adoção da paridade de gêneros nas eleições para a escolha de nossas lideranças. Atualmente, somos cinco mulheres presidentes de Seccionais – em Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina, Bahia e São Paulo. Aqui no nosso Estado, nove advogadas presidem Subseções. Este é um marco histórico e celebro este momento.
Observo e apoio o movimento das mulheres ocupando cargos decisivos no Judiciário, no Legislativo e no Executivo. Quando uma de nós chega ao poder, inspira as demais a confiarem que também podem superar barreiras. Somos espelhos, principalmente para as novas gerações.
A igualdade de gêneros, em que pese todas as barreiras existentes, é um caminho sem volta, em Mato Grosso, no Brasil e no mundo.
Não se fala em democracia, sem a devida paridade entre mulheres e homens. Dentro das diferenças entre si, da diversidade humana inclusive, todas devemos ter o direito de galgar o espaço que desejar.
Nesse ímpeto, convoco toda a sociedade, inclusive os homens, a partilharem conosco dessa luta, tanto na vida doméstica, como na partilha de obrigações.
Nós, mulheres, hoje em dia, somos maioria. A título de exemplo, entre o eleitorado brasileiro as mulheres já são 52%, na advocacia não é diferente, a OAB tem 673.482 advogadas inscritas e 646.466 homens. Na Seccional de Mato Grosso, a relação é de 11.954 contra 10.987.
Portanto, é fato que estamos avançando, ocupando espaços.
Olhando o passado, podemos agradecer outras mulheres que vieram antes de nós, pavimentando a estrada. O presente é o momento de seguirmos requerendo nossos espaços, que a nossa voz seja determinante na tomada de decisões, exigindo respeito.
Mirando o futuro, espero que esteja próximo o tempo em que a violência doméstica, o assédio e as demais mazelas do patriarcado já não sejam mais realidades.
* Gisela Cardoso é presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Mato Grosso (OAB-MT)