A advocacia brasileira vive uma nova realidade a partir deste momento de renovação das diretorias e conselhos seccionais e federal. Inauguramos a era da paridade de gênero na Ordem dos Advogados do Brasil, sem dúvidas, uma porta que se abre para um futuro promissor.
Estive em Brasília no dia 1º de fevereiro de 2022 para prestigiar a posse dos conselheiros federais e a nova diretoria do Conselho Federal da OAB, da qual meu antecessor Leonardo Campos agora é parte como Diretor-Tesoureiro.
Poder ver o plenário do CFOAB preenchido de forma equânime entre homens e mulheres é resultado de uma luta da qual eu tive a honra de fazer parte. Ao longo de 2020 fizemos uma intensa discussão em torno da paridade de gênero na administração da OAB, que restou consolidada com a aprovação da nova regra.
Orgulho-me em ser uma dentre as cinco advogadas eleitas presidentes de seccionais, sucedendo um triênio no qual não havia nenhuma mulher nesse cargo.
Ao me encontrar com Daniela Borges (OAB/BA), Marilena Winter (OAB/PR), Cláudia da Silva Prudêncio (OAB/SC) e Patrícia Vanzolini (OAB/SP) senti a honra em poder fazer parte desta nova fase da OAB no Brasil.
Hoje temos uma garantia: 50% dos conselhos seccionais e federal e das diretorias estão compostos por mulheres e isso é muito importante para que os espaços de tomada de decisões na democracia sejam equilibrados.
É impossível pensar em uma sociedade moderna, baseada no estado democrático de direitos, sem pluralidade, diversidade de pensamento e possibilidades de desenvolvimento. A OAB em sua essência é porta-voz deste sentimento.
Por isso, já temos lutado por questões que não podem ser ignoradas, principalmente, porque seu fundamento está estabelecido pela Constituição Federal, como o acesso à Justiça, problema relatado pelos presidentes de todas as seccionais.
Defendi na primeira reunião que os presidentes da seccionais tiveram com o novo presidente do CFOAB, Beto Simonetti, que evidentemente este é um momento muito preocupante em razão do aumento do número de casos de covid, mas que é possível que sejam tomadas outras medidas que possibilitam o trabalho presencial. Infelizmente o Poder Judiciário adotou a suspensão do atendimento presencial como primeira opção.
Estamos na expectativa da reunião que deverá ser realizada em breve entre Simonetti e o ministro Luiz Fux, que é presidente do Conselho Nacional de Justiça e do Supremo Tribunal Federal.
Enquanto isso, a OAB continuará de portas abertas para atender à advocacia e garantir que nossa profissão possa continuar atuando em defesa da sociedade.
* Gisela Cardoso é presidente da OAB-MT
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