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A migração dos negócios físicos para os virtuais, diante da necessidade do distanciamento social, pode ter contribuído para a ampliação do número de queixas de casos de golpes na internet.
O delegado titular da Gerência de combate a Crimes de Alta Tecnologia (Gecat), Eduardo Botelho, estima que em Mato Grosso, em relação ao ano passado, houve um aumento de 15% do número de ocorrências.
Em entrevista à assessoria da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT), disse que os golpes via WhatsApp são alguns dos mais relatados. Esta semana, a vice-presidente da OAB-MT, Gisela Cardoso alertou sobre ação de criminosos envolvendo seu nome.
A tentativa de extorsão foi descoberta rapidamente, depois que sua mãe, desconfiando de uma mensagem enviada supostamente por Gisela, a ligou pedindo mais esclarecimentos.
“Neste mesmo momento pedi para que ela fizesse um print da conversa e do número da pessoa que havia se comunicado. Não era o meu telefone, ou seja, não havia sido clonado. Mas a pessoa se fazia passar por mim e usava minha foto no perfil”, conta.
Na sequência Gisela acionou sua rede alertando sobre a possibilidade de amigos ou familiares serem vítimas desse tipo de contato. “A pessoa dizia à minha mãe que fizesse um depósito para mim. Ainda bem que ela me contatou antes de realizar qualquer transação”.
O delegado Eduardo Botelho diz que é possível que neste caso, os dados da vice-presidente tenham sido obtidos por criminosos que compram, por exemplo, banco de dados do Serasa na deep web.
“E assim sabem quem é seu pai, sua mãe. E assim, há dados mais detalhados como os contatos de familiares ou terceiros que podem ser acionados no caso de uma eventual execução”, explica. “Nenhum cidadão está imune. Com estes dados os criminosos podem conseguir até mesmo, dinheiro emprestado”.
Como normalmente o nome de uma pessoa muito próxima está salva no celular, o titular da Gecat orienta que primeiramente quem recebe a mensagem se atente para isso. “Se houver número diferente e não o nome da pessoa, é bom ficar alerta”.
Ele ressalta também que há grande ocorrência de criminosos se fazendo passar por funcionários de instituições financeiras. “Não se deve passar dados sensíveis por contato telefônico, e-mail ou SMS”.
Eduardo dá como exemplo o Banco do Brasil, instituição financeira com grande número de clientes. “Se
eles te ligarem é pelo telefone 4004-0001 e nunca pedem que você envie senhas por SMS, e-mail ou mediante ligação. Se houver algo para resolver, vai pedir que você se desloque até uma agência bancária”.
Segundo o delegado, muitos criminosos se passam também por gerente da agência dizendo que o volume de movimentação financeira da pessoa traz benefícios. “Daí, eles dizem que vão encaminhar uma pessoa até sua casa para pegar o cartão. E ainda pedem senha. Isso não existe”, ressalta.
“Enfim, não faça atualização de dados por meios eletrônicos. Quando te pedem para fazer isso, é 95% de chance de ser uma fraude”. E no caso de sites de compras coletivas, o delegado orienta a efetuar compras nos sites mais conhecidos e de usuários mais antigos e que possuem recomendações.
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Créditos: foto celular (Pixabay) / Eduardo Botelho (Marcus Mesquita/MidiaNews)