Você acredita em amor à primeira vista? A frase pode parecer clichê, mas o que os olhos despertam no coração ao encontrar aquela pessoa capaz de transformar toda a sua vida é um sentimento quase indescritível.
Há quem diga que amor verdadeiro mesmo é amor de pai e mãe. E foi também à primeira vista que o amor incondicional nasceu para muitas famílias que fizeram a opção de adotar. Foi assim, ao olhar para o pequeno Davi Gabriel, que nasceram os pais Adenise e Elilton da Silva Almeida.
“O que os olhos veem o coração sente”. Quem já passou pela experiência pode afirmar com toda a certeza que o nome da Exposição Fotográfica que chegou a sua segunda edição neste ano não mente.
E é justamente esse o objetivo do evento promovido pela Associação Matogrossense de Pesquisa e Apoio à Adoção (Ampara) em parceria com a Comissão de Infância e Juventude (CIJ) da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato (OAB-MT). As imagens das famílias que já adotaram e das crianças que estão aptas a serem adotadas estão expostas para visitação na galeria Silva Freire, na sede da Ordem, em Cuiabá.
“Queremos dar visibilidade para essas crianças e adolescentes que estão aptos à adoção mas não conseguem encontrar um lar”, explicou a presidente da CIJ, Tatiane de Barros Ramalho.
De acordo com os dados do Cadastro Nacional de Adoção (CNA) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em Mato Grosso 119 crianças e adolescentes estão aptos à adoção e, apesar dos 986 pretendentes a adotar cadastrados no sistema, a maioria não consegue encontrar uma família.
No Brasil, o número de adolescentes a serem adotados é quase o triplo em relação às crianças com até três anos de idade.
E foi graças à primeira edição da exposição “O que os olhos veem o coração sente” que dois adolescentes encontraram um lar.
“Conseguir que um adolescente seja inserido num lar de amor é muito gratificante. Se apenas um for adotado, nosso trabalho já vai ter valido a pena”, comenta a presidente da CIJ.
Apesar do número de famílias buscando a adoção ser muito maior do que a quantidade de crianças e adolescentes em busca de um lar, o processo nem sempre é simples.
A presidente da CIJ explica que os interessados devem, em primeiro lugar, procurar uma das varas da Infância e Juventude para darem início ao processo. O trâmite passa pelo cadastro junto à Corregedoria de Justiça, preenchimento do formulário e consultas com assistentes sociais e psicólogos.
Tatiane de Barros Ramalho destaca que a adoção é irrevogável. “Então muitas pessoas me perguntam por que demora tanto. Demora exatamente para que a família tenha o preparo necessário diante de uma decisão definitiva”.
Contudo, em que pese todo o trâmite processual, o sentimento fraternal ao encontrar um filho é imediato. Como conta Elilton que, em cerca de quatro meses, já estava com Davi Gabriel em casa.
A Exposição “O que os olhos veem o coração sente” está aberta a toda a sociedade e pode ser conferida na galeria Silva Freire de segunda a sexta-feira das 9h às 17h30.
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