A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso (OAB-MT), por meio da Comissão de Cultura e Responsabilidade Social, promove uma reunião pública de manifesto contra a censura às artes e liberdade de expressão.
No início desta semana, um quadro que integrava o painel do artista plástico Gervane de Paula em uma exposição coletiva em um shopping da Capital foi retirado após a reclamação de um cliente.
A polêmica acerca da censura a obras de arte veio à tona no início da semana passada quando o Santander Cultural decidiu cancelar a exposição “Queermuseu – cartografias da diferença na arte brasileira”, em Porto Alegre, depois de protestos e boicote de clientes da instituição financeira.
Atualmente, a Galeria Silva Freira, na OAB-MT, recebe a exposição do artista plástico Amâncio Ribeiro, que em seu acervo, conta com a tela “180 Dias de Corrupção”. Esta foi a primeira vez que ele expôs o trabalho ao público, pois conta que, durante sua execução, chegou a sofrer um atentado que visou destruir a tela.
Amâncio Ribeiro chegou a ser exilado do país quando, durante o regime militar, pintou um quadro retratando a fome. Em seu retorno ao Brasil, o baiano se radicou em Cuiabá e conta com telas que retratam recentes escândalos políticos e a religiosidade, além de contar a história de Cuiabá, mostrando como surgiu, por exemplo, a Praça da Mandioca.
No ano passado, a Galeria Silva Freire reabriu suas portas ao grande público recebendo a exposição “Cinco Elementos do Cerrado”, do fotógrafo Tchelo Figueiredo. As fotos de nudez feminina foram retiradas de exposição de um shopping center da Capital após reclamação dos clientes.
Com a intensificação das ações de protesto, boicote e censura às manifestações artísticas, a Comissão de Cultura e Responsabilidade da OAB-MT promove uma reunião na próxima quarta-feira (27), às 16h.
De acordo com o vice-presidente da OAB-MT e presidente da comissão, Flávio Ferreira, a finalidade é reunir artistas, profissionais da advocacia e a comunidade em geral para discutir a intransigência que tem se repetido no cenário cultural mato-grossense.
“É uma pressão pequena e que começou a ganhar corpo e isso é muito perigoso”, alertou Flávio Ferreira. Ele ressalta que a OAB-MT, ao longo de sua trajetória, sempre agiu em defesa das liberdades democráticas.
O vice-presidente da OAB-MT pondera que é preciso debater e refletir o que está acontecendo. “Não podemos ficar tranquilos quando se impõe censura à arte principalmente. Então, a finalidade desse encontro é definir como a sociedade pode agir para que atitudes de censura não se perpetuem num ambiente democrático tão duramente conquistado”, disse.
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