Mais de 20 recuperandos do Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC) terão a oportunidade de participar de três oficinas com caráter profissionalizante, no projeto “Liberdade Consentida”. As oficinas, que começaram na tarde desta segunda-feira (31 de agosto), são de vídeo e foto, desenho e pintura, e grafite. Idealizado pelo advogado e poeta mato-grossense Silva Freire, o projeto integra a programação do “Setembro Freire”, homenagem ao artista cuiabano.
A ação é realizada pela OABMT e pela Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) por meio da Fundação Nova Chance (Funac). Os recuperandos foram apresentados aos artistas André Gorayeb, Hugo Alberto, Babú 78, Giulia Medeiros e Sérvulo Raiol, e os artistas e recuperandos Eurico Ramos e Ernandes Pereira de Souza e depois conheceram o local onde as serão realizadas as aulas.
Um dos coordenadores da ação, o advogado Mário Olímpio explicou que a intenção das oficinas supera o objetivo profissionalizante. “Nós trouxemos pessoas jovens para executar as oficinas para que essa vivência marque os dois lados, artistas e recuperandos. A intenção é ensinar a eles não apenas técnicas de pintura. Os recuperandos conhecerão os artistas e saberão que é possível viver da arte e, ao expor suas obras com nomes conhecidos no estado, já terão um currículo para apresentar quando saírem”, observou Mário Olímpio.
O secretário adjunto de Administração Penitenciária Luiz Fabrício Vieira Neto, a superintendente de Gestão Penitenciária Flávia Emanuelle Soares e a presidente da Funac Cintia Nara Selhorst participaram da abertura do evento.
Serão três encontros por semana com cerca de duas horas de duração. Ao final do trabalho os artistas apresentarão um minidocumentário dos dias de curso e os trabalhos criados pelos internos. A exposição será a partir de 22 de setembro Galeria Silva Freire, também dentro da programação do Setembro Freire.
Projeto
O projeto “Liberdade Consentida – Oficina de Artes” foi concebido e implantado por Silva Freire quando ele foi presidente da OABMT durante o biênio 1985/87. A iniciativa, na época, foi considerada pioneira no sentido de implantar uma nova filosofia penal, partindo do aproveitamento do potencial artístico dos recuperandos no campo da música, da pintura e da modelagem, entre outras artes.
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