Sou absolutamente contra a violência. Sou a favor da paz e do diálogo. Resolvi escrever sobre esse assunto após ler a matéria no jornal da Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso – OAB, acerca do parecer favorável que o Conselho Pleno emitiu sobre a possibilidade de liberação do porte de arma para profissionais da advocacia.
Eu nem sabia da existência desse projeto, mas em meu pensamento interno já tramitava de forma recorrente essa ideia, principalmente, toda vez que eu pegava a estrada.
Sou advogada militante, e pelos ossos do ofício, constantemente estou nas estradas do Estado de Mato Grosso, no exercício da minha função.
Confesso que com a “companhia” de uma arma eu me sentiria muito mais segura e encorajada a trilhar as estradas do meu trabalho.
Quem advoga no interior sabe como é perigoso e preocupante o tráfego, pois a qualquer momento, tudo pode acontecer, por exemplo, fura um pneu, imediatamente é preciso parar e entrar em trabalho manual e braçal para trocar o tal pneu, e com o carro parado é muito fácil qualquer transeunte perceber a “desproteção” e querer tirar proveito da situação.
A sensação de desproteção é constante, ainda mais sendo uma mulher sozinha na condução do seu trabalho. Não há dúvidas de que impera uma certa vulnerabilidade.
Ademais, existem os colegas que atuam nas áreas e matérias de riscos. Ao meu ver, nós advogados precisamos incontinenti ter um mínimo de proteção nesse sentido.
Precisamos estar munidos de todos os instrumentos necessários para exercer a nossa profissão de forma segura e confiante.
Assim como, os livros, os códigos, são nossos aliados, vejo a arma como também sendo um instrumento fundamental para o exercício da nossa profissão, até por que o advogado é essencial à Justiça, consoante assevera a Constituição da República.
Logicamente, que o nosso primeiro protetor é Deus, de maneira que nunca estamos sozinhos, mas no mundo físico precisamos nos armar mais.
Até porque, os outros profissionais da nossa área, a exemplo, de juízes, promotores, delegados, etc., já são detentores desse direito, e, entre essas profissões, não existem qualquer hierarquia.
É de extrema importância a regularização e implantação dessa possibilidade!
Conclamo ao Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, que está recebendo as manifestações de todas as seccionais, para trabalhar de forma célere nessa condicionante, para o bem da advocacia e da segurança dos inúmeros profissionais que exercem o múnus diariamente. Avante!
*Gisele Nascimento é advogada em Mato Grosso