Ganhou força nos últimos meses as discussões sobre o papel do advogado moderno na sociedade. O ministro Barroso, do Supremo Tribunal Federal, tem uma frase interessante sobre o papel dos advogados. Ele disse, em uma ocasião, que o advogado do futuro não é aquele que propõe um bom processo e sim aquele que evita isso.
Especialistas defendem que o advogado moderno deve ser um bom negociador para fazer acordos. Hoje grandes escritórios têm advogados treinados para atuar em negociações e muitos criaram núcleos de acordos para solucionar de forma rápida e eficiente conflitos. Investir em negociação não significa abandonar as tradicionais batalhas judiciais, mas oferecer uma opção a mais para seus clientes na hora de resolver conflitos. Com treinamento e técnicas adequadas o advogado negociador consegue tirar do Poder Judiciário casos que não precisariam estar ali. Tudo vai depender do caso concreto em jogo.
O advogado negociador usa técnicas para resolver questões simples ou complexas nas mais diversas áreas. O objetivo é buscar um resultado eficiente para o cliente. E também resolver o assunto mais rapidamente. No Judiciário, como sabemos, os processos duram anos. O advogado negociador passa a ser um solucionador de problemas a curto prazo. Para tanto, é preciso desenvolver habilidades e técnicas próprias da negociação. Nos Estados Unidos, a técnica já é bastante utilizada por advogados. No Brasil, universidades renomadas já possuem centros de negociação e a maioria das faculdades de direito oferecem a disciplina na grade curricular para preparar os futuros profissionais para essa nova realidade.
Com uma adequada gestão de riscos, identificação dos interesses e necessidades colocadas na mesa é possível encontrar soluções criativas durante as negociações. Afinal, quem não quer solucionar um conflito o mais breve possível de forma eficiente?
*Débora Pinho é advogada, especialista em Comunicação Empresarial e membro da Comissão Especial de Conciliação, Mediação e Arbitragem da OAB-MT