Ator principal no processo eleitoral, o cidadão brasileiro é o grande vencedor do primeiro turno das eleições, realizado neste domingo (7). Exercendo seu direito ao voto, ele foi às urnas, fez suas escolhas e definiu quem serão seus representantes nos governos estaduais, nas Assembleias Legislativas, na Câmara dos Deputados e em 2/3 do Senado. Impôs derrotas acachapantes, renovou na medida de sua vontade e deixou claro suas prioridades mais imediatas.
Mas, para o eleitor de Mato Grosso, em um dos cargos a disputa não acabou. Trata-se da presidência da República, cargo maior da nossa democracia, cujas instituições foram fortalecidas neste domingo. Ao longo das próximas três semanas, dois candidatos disputarão a preferência de um eleitorado cada vez mais cidadão, mas cada vez mais polarizado.
Seja qual for o resultado do dia 28 de outubro, caberá ao próximo ocupante do Palácio do Planalto unir novamente o país, fracionado, dividido entre projetos, sexo, gênero, religião, região e raça. Mais do que qualquer outra demanda da nossa sociedade, expressa nas urnas, esta será a grande missão daquele que usará a faixa presidencial em 1º de janeiro de 2019.
Neste processo, de reunião e de fortalecimento da nossa democracia, cabe aos políticos, vencedores e vencidos, o respeito à soberana decisão popular, depositada nas urnas. A soberania é inalienável e indivisível e, ao lado da expressão “popular”, está gravada em nossa constituição, que coincidentemente na última semana completou 30 anos.
Votar é um exercício de cidadania, fiscalizar os eleitos também. E este é o papel que cabe aos eleitores em relação aos já definidos neste domingo e ao que será definido no próximo dia 28. Fiscalizar significa acompanhar a atuação política dos eleitos, cobrar soluções, apontar alternativas e manter latente sua vontade. Só assim teremos uma democracia plena, sonhada e buscada por aqueles que foram às ruas sempre que chamados, por aqueles que construíram nossa constituição e por aqueles que depositaram sua opinião, seus desejos e suas esperanças nas urnas espalhadas pelo nosso Brasil.
*Leonardo Campos é presidente da OAB-MT