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Como professor universitário do curso de Direito sempre sou abordado por alunos nos corredores da universidade, a fim de responder a seguinte indagação: Para que serve o exame de ordem, se é cientificamente atestado que uma prova não é o suficiente para medir o conhecimento de um aluno?
Em momento algum tiro a razão dos meus queridos alunos em pontuarem tais assuntos e terem dúvidas sobre a efetividade do exame de ordem para o engrandecimento do acadêmico, visando uma vida profissional futura, e a efetividade da medida, como sistemática para selecionar pessoas aptas ao exercício de uma profissão tão digna.
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É importante destacar que o exame de ordem originariamente poderia até deixar margens de dúvidas quanto a tal indagação, na medida em que também concordo que uma prova, em si, não é o suficiente para extrair elementos de aptidão para o exercício de uma profissão.
Ocorre que pela minha experiência enquanto docente, participando ativamente da vida acadêmica, preocupado em ser um instrumento de transformação social e de construção de bons profissionais, com o tempo, passei a notar que tal exame não se limita apenas a uma prova com questões objetivas e discursivas, que exige pontuação mínima para aprovação.
Estamos a tratar de uma série de desdobramentos na vida acadêmica que acabam por implementar uma consciência dos alunos quanto ao aprendizado e elevação do nível de exigência destes, com relação a qualidade de ensino ofertada como meio de garantir a sua efetiva aptidão para a superação dos desafios avistados durante a vida. Outrora era aceita máxima de que para uma pessoa ter sucesso na vida bastava ela possuir um diploma universitário.
Nestes parâmetros arcaicos, o conhecimento sucumbia ante a intenção do aluno em buscar pura e simplesmente a conclusão do curso e o recebimento do canudo, não havendo um comprometimento com a busca do saber.
Agora, de que vale o diploma se não passar no exame da OAB? Nota-se que nasce uma inquietação nos bancos acadêmicos voltada para a criação de mecanismos efetivos que possibilitem a pessoa alçar vôo através de novas conquistas. O foco não mais é o diploma, mas sim o próprio exame de ordem. O glamour apresentado no dia da formatura não desnatura a responsabilidade e preocupação do dia seguinte em saber cada vez mais, para superar obstáculos.
Estamos a tratar de quebra de paradigmas, que imprime uma nova sistemática no crescimento intelectual do aluno e na sua capacitação. Assim, devemos viver pensando em novos desafios e constantes aprimoramentos, como meios de assegurarmos o alcance de nossos sonhos. E para os desestimulados creio que as palavras de Augusto Branco são essenciais neste momento, pois nos ensina que: “Viver é enfrentar desafios. Quem nunca enfrentou desafios, apenas passou pela vida, não viveu.”
Sim, todo mundo quer uma vida tranquila e estável, mas não se consegue isso sem luta, esforço e muita coragem. E ninguém quer uma vida medíocre, sem sal nem açúcar. Definitivamente, isso não é coisa que engrandece a alma. Mas se o seu objetivo é seguir adiante com glória, tenha ciência de que às vezes é necessário mudar a estratégia do jogo radicalmente. Você poderá perder muitas peças e muitas batalhas no caminho. E não importa o quanto você sofra, o quanto você apanhe. Você precisa reunir suas forças e seguir em frente. Mesmo que tudo pareça perdido, não esqueça: na vida, assim como num jogo de Xadrez, enquanto você estiver de pé e lutando, nada estará perdido. Basta que você mantenha o Espírito e siga em frente.
Já para Benjamim Franklin “Viver é enfrentar um problema atrás do outro. O modo como você o encara é que faz a diferença”. Desse modo, hoje, graças a defesa desta nova roupagem instituída pelo exame da ordem nos bancos universitários, sempre sou abraçado pelos meus queridos alunos nos corredores de fóruns, órgãos públicos e ambientes sociais, pois com tal postura de não facilitar as suas vidas, respondendo-lhes o que efetivamente queriam ouvir, acabo por renegar a sistemática da acomodação e implantar em suas mentes a necessidade de luta como meio eficaz e digno para o alcance dos seus objetivos.
Fábio Arthur da Rocha Capilé, é advogado, professor universitário, Presidente do Instituto dos Advogados Mato-grossenses, Conselheiro Estadual e Presidente da Comissão de Saúde da OAB/MT